quarta-feira, 14 de setembro de 2016

[Bilhete de amor] Sonho de amor...



"A vida inteira sonhei ouvir estas palavras de um homem... Ainda parece um sonho tê-lo reencontrado, um sonho que ainda assusta... por tanto que foi sonhado..."

Prosa poética
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 2 de janeiro de 2009 - 7h33

[E-mail de amor] - O dom eterno da paixão


O dom eterno da paixão

Por somente pensar em ti, desfaço-me em poesia. És o encanto de uma vida inteira... o sonho... a paz...

Procurei-te ao sabor de todos os beijos, à sofreguidão de cada abraço, em todos os pecados cometidos, em cada desilusão... Chamei por teu nome, quando nasceram minhas saudades e afoguei-as em cada lágrima. Milhões de vezes  afoguei-as e milhões de vezes salvei-as. Porque, ao salvar a tua lembrança, mantinha a possibilidade de concretizar o meu sonho.

Amei-te em cada movimento dos meus cabelos soltos, no colorido das unhas, nos pelos intactos - dourados e ouriçados - ao teu fetiche. Senti a tua presença nos troncos das árvores plantadas pelas esquinas e, em todos os portais, senti a força do abraço que me apertava insano. Ouvi a tua voz no cantarolar das emoções e fiz-me busca constante... Pelas primaveras da vida, desfiz-me em saudades e senti teu perfume na minha solidão...

De tanto procurar, cansei... e quedei-me em silêncio a relembrar o passado... Desse silêncio, renasceu a poesia que despertavas ao simples toque das tuas mãos ou ao sorriso do olhar... Lembrei-te outra vez.

Então, a partir do silêncio, da poesia e da lembrança imortal, o mundo devolveu-me a ti, em forma de canção... Agora, temos a possibilidade de reviver aquele amor, mas a tudo isso entrelaça-se um medo enorme de perder-te outra vez...

O que fazer, se despertas em mim o dom eterno da paixão?
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 23 de maio de 2009 - 17h30

terça-feira, 5 de julho de 2016

[Carta de amor] - Fantasia na madrugada

 
  
Fantasia na madrugada
- carta de amor -
 
Rio de Janeiro, 3 de julho de 2016
Escuta-me...
São 3h56. Madrugada.


Preparava-me para adormecer, mas escolhi passar pelos meus recantos de poesia, mais uma vez. Como se me pressentisse, teu comentário elegante dança-me ao olhar e, não sei bem por qual motivo, meu coração acelera. Releio-o. Mais forte bate o peito.


Para quê, a letra provocante?

As sombras da madrugada ejaculam luz e os sons do silêncio acordam-me em festim. O sono que chegava devagar, foge pela janela entreaberta. Parece-me voejar para o lugar distante... além mar... de onde vieram tuas linhas. Mais do que meras linhas... sedução!

Fantasia em dilúvio, que tantas vezes me afogou...

Quedo-me a pensar na força da palavra, escrita ou falada, em minha vida. Efeito fulminante, sempre! Seja para o bem ou para o mal. Sem meio termo - arrasta-me aos seus encantos ou aos seus pesadelos... e pronto!

Neste momento, sinto-me atingida pela flecha de Cupido - aquela haste pontiaguda, repleta de veneno... Veneno que me envenena o pensamento...


Alcançaste teu desígnio.
Feliz, agora?
Ah... madrugada!
 

[Bilhete de amor] - Acreditas?




Acreditas?

Acreditas que um amor possa ser guardado por tanto tempo? Nem eu acreditava... A preeminência de rever-te faz inócuo o lapso temporal que nos separou os corpos... As lágrimas borbulham e a música de outrora reconstitui um passado que jamais ocorreu...
Acreditas que um amor possa ser guardado por tanto tempo? Nem eu acreditava... É como se ignorasse que tens uma vida que deve ser respeitada e que não existisse nada demais em atirar-me nos teus braços, só que desta vez com mais sofreguidão...

Posso enviar-te meus beijos?...


Rio de Janeiro, um dia qualquer, um mês qualquer, um ano qualquer... talvez 1993

 
 

[Bilhete de amor] - Teu perfume na minha vida

Teu perfume na minha vida
Amor,
Escrevo este bilhete, para dizer-te que...

Um dia, transformada em flor, enveredei pelas florestas da vida... Os cipós enroscaram-se na tentativa de atrapalhar-me o caminho, os espinhos machucaram-me e os ventos tentaram despetalar-me... Escorreguei nos bueiros, fui apenas sentimento e quase me permiti levar pela brisa mais leve e suave... Frágil e fraca vi-me a procurar a curva daquele abraço perdido nos meus sonhos... Alheia às dificuldades, permaneci flor. A cada aventura bizarra realcei mais e mais linda fui até perceber que existe um único sentido na vida - o Amor! Assim, não importa quando ou como, basta-me a certeza de que ao prosseguir flor reencontrarei meu perfume num cantinho qualquer escondido no teu corpo.
Com ternura,
Tua rosa vermelha.


Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 27 de setembro de 1988 – à tarde

[Carta de amor] - Ahh!!! Eu poeta!

Ahh!!! Eu poeta!


Escuta-me...

Eu - poeta - amo densamente,
beijo perdidamente,
entrego-me loucamente...

Nada me é pequeno,
pois vejo muito em pouco -
da alegria à amargura,
tudo é encanto ou drama em excesso!

Ser apaixonado - temo a morte livre,
pela simples ausência do viver
e tremo ao amor que não é livre,
- simplesmente -
por medo tolo de sofrer...

A mim - poeta - nada em nada,
permanece no meio,
pois tudo é início ou fim!
Ignoro o Ódio e temo o Amor,
porque ornada de poesia
perpetro a palavra em ilusão,
ou um verso em flor;
porque, somente poeta,
faço do adeus uma saudade,
ou um desejo eterno de morrer.
Passarinho forro - cobiço voar,
pelo simples sonho de ser livre
e rejeito a prisão que não seja
- unicamente -
a dos braços da pessoa amada...
Eu - poeta-sonho - sofro.
Eu - poeta-razão - morro.
Sou completude insana!

Pelo engano de cobiçar o céu
em sua plenitude,
rejeito-o pela metade
e por não dominar a arte
de ser um a dois,
escolho a solitude!
Se nessa busca egoística,
desentendo a flor-mulher
que em mim habita,
por inteiro - despetalo -
mas, ao depois,
sugo a seiva nutriz
da verde cor dos meus olhos
e por inteiro - refloresço -
nos meus poemas...
Perdoa, se penso e te amo!
Perdoa... mas sou poeta!
Com meu amor e carinho,
Sílvia Mota.
 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 12 de dezembro de 2008 – 15h43
Carta poética enviada

sexta-feira, 3 de junho de 2016

[Carta de amor] - Em algum lugar do passado


Rio de Janeiro, 1988(?)

Meu grande amor,

Gostaria de saber em que passado infinito nos encontramos pela primeira vez. Gostaria de saber os teus desejos e os meus, as tuas manias e as minhas. Gostaria de retornar por um segundo apenas a esse tempo que marcou nossa eternidade...

Sinto vontade de ultrapassar as nuvens, os céus, num mergulho de intensidade mística, até encontrar a ti e a mim nesse infinito passado, que hoje se apresenta na forma desse sentimento estranho que me torna criança, me transforma em mulher, me desfaz em fêmea, me faz lembrança e me transforma em tua realidade!

Queria saber e sentir o que uniu um dia o sentimento de hoje! Preciso olhar-te os olhos com a mesma pureza com que vês os meus. Preciso beijar-te a boca da maneira que desejas, com a minha, apenas, ligeiramente entreaberta... Preciso enroscar minhas pernas nas tuas do jeitinho desejado e insinuado na hora do amor. Preciso apertar tuas mãos, alisar teus cabelos, arranhar suavemente tuas costas e apertar teu peito nos meus seios, que são exatamente do tamanho dos teus desejos!

Preciso continuar linda, para que tua alma pressinta em mim a beleza do passado... Preciso ser a paz que teu sentimento procura e deseja, para continuar à disposição dos meus caprichos.

Quero sugar tua estrela mais bonita e no céu dos nossos sonhos engolir toda a luz desse esperma que me fará eternamente bela e sensual diante da tua alma.

Não quero ser mulher de uma vida!
Não quero ser prazer de uma vida!
Não quero ser o sonho de uma vida apenas!

O que te desejo ser é muito mais profundo do que as palavras podem descrever; é muito mais intenso do que a vibração dessa música que arranca lágrimas dos meus olhos e me transforma em menina e rainha, em ilusão e matéria.

O que te desejo ser é muito mais eterno do que um instante só de vida e, ao mesmo tempo, que incoerência! - cada instante de vida perto de ti é tão infinito quanto uma eternidade!

Gostaria de saber em que passado nos encontramos e nos amamos e nos dissemos e nos prometemos as mesmas coisas que hoje, sem entender bem o por quê, dizemos e nos prometemos, sem querer... querendo!...

Preciso encontrar e entender, em algum lugar do passado, a resposta que necessito para não te machucar com palavras malcriadas e sem sentido...

Preciso alcançar teu sentimento mais verdadeiro, para transformar meu sorriso em flor e merecer ser retratada por ti, para fazer do teu pincel a minha vida e me fazer eterna na tua tela e na tua alma - como flor, beleza, perfume, mulher... e paz!

Beijos, os mais doces e ternos...
Sílvia Mota.

[Bilhete de amor] - Em resposta à tua missiva

Bilhete de amor
Em resposta à tua missiva
 
 
Rio de Janeiro, 12 de março de 2012 - 10h32

Amor,
Mas é exatamente assim... gosto de oferecer-me paixão a quem amo; transformar meu corpo em deleite – belo, degustável e apetitoso. Ofereço-me inteira. Para os atos de amor, cultivo o dom da oferenda. É natural em mim... diria mesmo, incontrolavelmente natural. Meu corpo se revela entre pudor e despudor, fuga e retorno. Perco-me... para reencontrar-me em ti.

Minha paixão, aos teus cuidados.
Beijosssssssssssss
 
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Rio de Janeiro, 12 de março de 2012 – 10h32

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Cavalo Marinho


 
Sheila,

Agradeço aos deuses budistas, por nunca vivenciar a fatalidade de perder um filho, almejando que esta gratidão eternize-se na minha Vida.

Garganta embargada pela emoção ao ler “Cavalo Marinho”, impossível conter as lágrimas, que fazem meu coração-mãe-mulher aproximar-se do teu. Neste poema refletes a dor de uma maternidade responsável, portanto, desejada, que - involuntariamente - não se consumou na vida real, cristalizando-se nos sonhos. Bom seria, tantos homens e mulheres pudessem lê-lo...

Sendo a Poesia uma forma de exteriorização lingüística que nos permite, através de vocábulos quase sempre metafóricos, evocar sentimentos nas suas variadas formas, consegues, a começar pelo título, alcançar meu sentimento mais profundo. Buscas numa das criações que nos é ofertada pela Natureza – um pequenino cavalo marinho - aquela que será, na tua imaginação, metáfora viva da tua própria criação, que se foi, deixando marcas profundas e perenes na tua vida.

Através de palavras simples, mas verdadeiras, expões um poema dramático. Descreves. Como leitora aproximo-me de ti, no afã de conter-te as lágrimas, no momento em que te encontras no banho, “ajoelhada e contorcida”, frente ao “inevitável”. Mas, só me permites chorar, à distância. Emocionas. Diferente não poderia ser. Contudo, fazes isso tudo de forma ímpar, sem excessos. Passas tua dor - única, inconfundível e inacessível a outro coração que não o teu - de forma digna e consciente. Poetizar sentimento desse jaez é tentativa de exorcizá-lo, conquanto permaneça a certeza de que o motivo jamais será esquecido.

Levando-se em consideração que o corpo humano constitui-se de um incontável número de partículas elementares, também, encontradas no Universo, pode-se aceitar a afirmação de quem algum dia sugeriu que o corpo humano seria composto do mesmo material que o das estrelas. Portanto, eu... nós seríamos pequeninas estrelas espalhadas pelo mundo... Nesse mesmo refrão, teu Pequeno Cavalo Marinho seria, também, uma estrela pequenina... estrela especial, mas tão especial, que escorregou para as profundezas do mar... lá, onde a calmaria do céu se faz ainda refletir.

Portanto, Pequeno Cavalo Marinho...
Aceita...
o marulhar do Oceano
- teu primeiro habitat -
que agora, saudoso,
derrama-se em gotas
aos olhos da tua Mãe!

Aceita...
a graça das Flores do Mar
- teu primeiro jardim -
que agora, matiz,
adorna de olores
a alma da tua Mãe!

Aceita...
o beijar das Estrelas do Mar
- teu primeiro brinquedo –
que agora, dolente,
risca teu ar de pureza
no sorriso da tua Mãe!

Aceita...
o mistério do Infinito
- teu primeiro templo -
que agora, silente,
eterniza-te em Amor
aos versos da tua Mãe!


O meu carinho e respeito aos dois: mãe e filho.


estrelamar


Cabo Frio, 28 de dezembro de 2009 – 21h30
Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz

Duas casas bem assombradas (tomara que existam muitas outras!)


Duas casas bem assombradas
(tomara que existam muitas outras!)

Mareluz,

Ao ler “Reflexões”, mais uma vez, tua sensibilidade – esta virtude, quase não mais encontrada nos dias atuais – faz-me emudecer. Procuro, inutilmente, no vasto repertório da língua portuguesa, palavras que definam, os meus sentimentos, mas, frustro-me frente à própria incompetência... Assim, ao anseio de homenagear a Mareluz, a Maria Lúcia, a mulher Mar e Luz, que sempre se ofereceu ao meu olhar, sob a forma de ondas de Amor e intensos brilhos de Paz, encontro tão somente uma saída: oferecer-te um pouco da minha linguagem musical e pictórica...

Nesse embalo, escolho – e falo por mim, sempre - um dos escritos mais sensíveis, puros e verdadeiros que encontrei no Site da Magriça: “Uma casa bem-assombrada”. Desnudei-te o Ser, através de ecoada leitura e te revelei criança amada e respeitada, adolescente encantadora e, ao mesmo tempo, encantada, pela mágica sensação de Paz e enlevo que a convivência familiar saudável proporcionou-te. Ao ler-te nua, fiz-me crua, mas compreendi o quanto mereceste viver e sonhar – tudo ao mesmo tempo - pelos meandros da Arte!

Sei bem o que pensavas ao escrever aquele texto. Muito mais pessoas tivessem a oportunidade de fruir do Amor, na fase inicial da vida, existiriam, na época em curso, pessoas mais felizes, mais éticas e mais respeitosas para com o próximo. E, então, nobre poeta, coexistiríamos (porque existir é coexistir) num país, que, não apenas na forma geográfica exibiria o formato de um coração, mas naquele Brasil que respeitávamos e que, à nossa época de crianças, ensinaram-nos que pulsaria, sob a missão de ser o Coração do Mundo!

Porque vivi e sobrevivi, hasteada nos mesmos alicerces de Amor que viveste, delineio, de forma rudimentar (minha "arte" na Internet, caminha lentamente... rs) “Nossas casas bem-assombradas”, da forma como, um dia, brincavam nossas mentes fantasiosas. Não consegui encontrar dois príncipes encantados, montados em cavalos brancos, a esperar-nos no portal do castelo...

castel
Por outro lado, em forma de oferenda, devolvo-te, por não conseguir escrever nada mais puro e bonito, o que nos chegou de ti: uma casa, que de pequena, tornou-se um castelo principesco!

Abaixo, teu poema que motivou este e-mail.


Uma casa bem-assombrada


Por mais que eu procure evitar
esta casa é bem-assombrada
por fantasmas de Hollywood
desde minha infância.
Cresci vendo em preto e branco e a cores,
todos os mitos andarem pela sala
entre um e outro ponto do tricô
que minha mãe fazia... enquanto "interpretava"
os seus papéis.
Inacreditável, mas até as trilhas
ela cantarolava... pra sentirmos o clima
com mais emoção...
E descrevia com tais minúcias,
que mais tarde, ao assistí-los...
Não consegui dissociar Greta Garbo
das descrições que ela fazia.
E, quando límpavamos a casa...
O Clark... (ele mesmo, o Gable!) sorria irônicamente
da poeira em nossos cabelos..
E o Humphrey Bogart, espiava do lado de fora
com seu misterioso olhar.
Enquanto a Vivian (Leigh) comandava
toda a operação, sem desfazer-se
de seu espartilho e seus babados...
Enfim,um infindável número de mitos
transitava naquele mundo restrito...
Misturando seus personagens
desde o café da manhã..até a noite.
Às vezes desapareciam por uns dias...
até que os reencontrávamos dentro do guarda-roupa
ou atrás do pote de feijão na última prateleira.
Numa frase solta... numa deixa... numa melodia.
E, com o tempo, chegavam os nossos mitos adolescentes
rebeldes sem causa... cultuados,em fotos e posters...
paixões utópicas provocando disputas... sérias e reais.
Aumentando ainda mais a superpopulação de nossa casa
Mas, o que ainda fazia a diferença entre o novo e o antigo,
eram as palavras... poderosas palavras de minha mãe...
Delineando traços, trajes, ambientes,expressões... dramas...
Deixando que nossa imaginação construísse cenas,imagens
e até vozes... roucas, suaves..sensuais...
E, tudo embalado pelas trilhas, improvisadas...
às vezes num fraco assobio.
É por tudo isso, que até hoje minha casa é bem-assombrada.
Só imagino que não deve ser a única por aí...


Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz
Cabo Frio, 7 de novembro de 2009 – 20h25